quarta-feira, 5 de setembro de 2012

O Cérebro, os cheiros corporais e o sexo


A palavra feromônio foi cunhada pelos cientistas Peter Karlson e Adolf Butenandt por volta de 1959 a partir do grego antigo féro "transportar" e órmon, particípio presente de órmao "excitar". Portanto, o termo já indica que se tratam de substâncias que provocam excitação ou estímulo. Os cientistas descobriram que os feromônios exercem um papel decisivo na atração (ou repulsa) sexual. Alguns desses cheiros são tão sutis que nem os percebemos conscientemente.

É comum ouvirmos casais dizendo coisas do tipo "foi amor à primeira vista", "ficamos instantaneamente atraídos um pelo outro", "alguma coisa provocou em clic entre nós".

Algumas pessoas ficariam surpresas ao descobrir que o verdadeiro elemento de atração talvez não tenha sido aquele olhar especial do parceiro, nem seu jeito de falar ou de se mover. Foi o seu cheiro...

Pesquisas cientificas estão mostrando que há mais aromas no corpo do que somos capazes de registrar conscientemente. Os biólogos dizem que existe uma "comunicação química" entre os sexos, baseada nos cheiros, o que ajudara muito a explicar não só o fenômeno do "amor à primeira vista" como também o intenso ciúme que certas pessoas têm de seus parceiros.

Existem, portanto, sinais olfativos que funcionam abaixo do nível da consciência e que podem atrair ou repelir as pessoas. São mensagens corporais sutis, associadas aos hormônios e transmitidas por substâncias chamadas feromônios. Essas substâncias atuariam como estímulos sexuais, fazendo o organismo produzir mais testosterona, o hormônio responsável pela intensidade do impulso sexual.

Um feromônio masculino
Um feromônio humano que já foi identificado chama-se endrostenol alfa e está relacionado à química dos hormônios do sexo masculino. Fizeram-se várias experiências para testar os efeitos desse feromônio. Em uma delas, reuniu-se um grupo de homens e mulheres e pediu-se a eles que dessem sua opinião sobre um grupo de homens, entre os quais alguns tinham sido borrifados com androstenol alfa. Os resultados mostraram que as mulheres ficaram mais interessadas nos homens "perfumados" com o feromônio, enquanto a maioria dos homens reagiu desfavoravelmente a eles.

Cheiros de mulher
Toda mulher tem um cheiro natural, que emana de todo o seu corpo e que varia muito de uma mulher para outra. Todo homem aprende a reconhecer o cheiro de sua amada e se excita com o aroma que se desprende de sua pele e de seus cabelos.

A pesquisa científica não conseguiu, entretanto, identificar um feromônio tipicamente feminino.

Mas sabe-se que o cheiro dos órgãos sexuais da mulher costuma excitar o homem. Assim, há muito tempo se supõe que o cheiro dos ácidos vaginais tem um grande poder. Na Idade Média, por exemplo, era comum as mulheres napolitanas esfregarem um pouco de sua secreção vaginal atrás das orelhas para atrair os homens.

Embora ainda não se tenha conseguido isolar o componente químico relacionado à atração sexual nas mulheres, algumas pesquisas atribuem propriedades feromônicas a esses ácidos vaginais que foram chamados copulinas. As pesquisas indicaram ainda que a mulher segrega mais feromônio durante a ovulação.

O relatório mais importante das descobertas sobre os feromônios tem sido a revalorização do cheiro natural do corpo humano, que muitas pessoas ainda procuram eliminar, sobretudo com o uso de desodorantes. Destes, os chamados "desodorantes íntimos" representam uma rejeição aos cheiros associados ao sexo. Além de desestimulantes, esses produtos podem ser prejudiciais a saúde e, em geral, são condenados pelos médicos, já que muitas vezes irritam as mucosas dos órgãos sexuais.

É claro que um leve perfume ou uma colônia discreta podem ser muito estimulantes para os parceiros. Mas esconder o cheiro natural de corpo sistematicamente, por meio de cosméticos, além de prejudicial, é inútil no caso de dois parceiros, que fatalmente reconhecerão os cheiros um do outro e, provavelmente, gostarão.

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