quinta-feira, 16 de agosto de 2012

'coronéis da água'


A disseminação das cisternas no Nordeste ressuscitou nesta estiagem os carros-pipa, ícones da chamada indústria da seca, e com ele os chamados "coronéis da água".

Em várias cidades, moradores contam que a entrega de água obedece a critérios políticos: quem não vota no candidato que controla as pipas não recebe a água.
"Aqui tem uma política desgraçada que tem gente que até desvia [água]", relata Aldemir Coelho Neto, agricultor em Santa Cruz (PE).
O governo federal aluga 3.700 pipas para a região, controlados pelo Exército. São insuficientes. Quem pode, compra de particulares, que cobram entre R$ 120 e R$ 180.
"Aqui perto tem um canal. Custava nada trazer um cano até aqui", diz o caminhoneiro que pediu para não ser identificado. Ele recebe R$ 120 por corrida.
Cícero Félix, coordenador de uma ONG que trabalha com o conceito de convivência com o semi-árido, afirma que "os novos e os velhos coronéis estão vendo a estiagem como uma forma de manter seus poderes com as distribuições assistencialistas."
As obras anunciadas contra a seca, como a transposição do rio São Francisco, não foram concluídas. Faltam também adutoras, açudes, estradas, ferrovias e silos para a armazenagem de grãos.
As cidades ainda não têm condições, sozinhas, de realizar as obras que dotariam os moradores de estrutura para enfrentar a estiagem.
De cada R$ 100 que passam nos cofres dos municípios, R$ 6 são de impostos e taxas próprias, em geral os recursos com que se consegue fazer obras.

A ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, disse que medidas estruturais foram tomadas desde o governo passado para que a "a população possa enfrentar o fenômeno" da seca.
"A idéia de caminhão enchendo balde de água, nós revertemos com as cisternas", afirmou Tereza.
Segundo a ministra, a garantia de renda para a população por meio dos programas de assistência -Bolsa Família, Benefícios da Assistência e Aposentadoria Rural- tem ajudado a garantir a alimentação das famílias.
O ministério da Integração Nacional informou que "o governo federal investe R$ 2,7 bilhões em ações para enfrentar e mitigar os efeitos da estiagem no semi-árido".
Segundo o órgão, 900 mil agricultores familiares serão atendidos por meio do Bolsa Estiagem e do Garantia-Safra.
O órgão ainda afirma que R$ 184 milhões foram usados para a Operação Carro-Pipa.
Todos esses esforços são em vão, se não acontecer uma fiscalização rígida e direta por parte dos governantes, assim nada vai mudar nunca, governantes esses que, adicionam aos investimentos a política da promoção, da elevação de cabos eleitorais.
Agora mesmo esta acontecendo um auxílio emergencial, mas veja como as coisas estão acontecendo.
O Banco e outros órgãos competentes, como: INCRA, EMATER, COOPERATIVAS, Etc. Preparam toda uma “borrocracia” fantasiosa (burocracia), exige dezenas de documentos para liberar um dinheiro para os agricultores, mas depois que esta burrocracia fantasiosa esta posta. Simplesmente libera o dinheiro nas mãos do agricultor. Indiscriminadamente, sem que tenham feito uma preparação ou melhor uma orientação para utilização deste recurso. Sem a verificação de que estes recursos serão implantados na promoção de futuras e novas secas, que com toda certeza virá.
É só correr o sertão e verá. Não precisa se esforçar muito, e identificaremos estes coronéis da água, os mandantes da sede.
Vejo todos os dias acontecimentos que nos remete a pré-história, eu mando, você obedece, ou não tem água.

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