sábado, 27 de outubro de 2012

‘Não tenho mais paz’, diz baiano sobre fama após ir ao 'próprio velório'


O lavador de carros Gilberto Araújo, 41 anos, nunca imaginou que a sua rotina iria mudar completamente depois de chegar na casa de seus familiares e perceber que todos estavam velando um corpo, que a familia acreditava ser seu. O caso aconteceu na segunda-feira (22) em Alagoinhas, distante cerca 100 km de Salvador.
“De segunda pra cá foi uma agonia. É o dia todo falando com televisão, rádio, revista. Já estou cansado desse negócio. Eu não consigo dormir mais. Estou exausto”, relata Gilberto em entrevista ao G1. O caso foi divulgado por jornais internacionais na quarta-feira (24). “Pra mim está sendo maravilhoso tudo isso. Não é nem pela fama, mas por Jesus ter me enviado e mostrado que tem muito amor e carinho”, completa.
Gilberto estava na casa da namorada quando soube através de um amigo que a sua família estaria "velando seu corpo". De acordo com ele, a fama causada pelo reconhecimento já rendeu uma proposta para trabalhar com carteira assinada. “Aqui vai ter uma fábrica nova de cerveja e minha vaga já está garantida. Ela [fama] beneficia muitas coisas. Não é que eu esteja me aproveitando, mas consertando algumas coisas que estavam erradas”, disse.
O lavador de carros afirmou que os comentários das pessoas nas ruas também não incomodam. “Tem a 'chacotazinha' na rua. Quando eu passo as pessoas dizem: ‘Ó o morto-vivo’. Mas eu não me importo. Se tá acontecendo isso é porque é uma obra de Deus. Outros falam mal, dizem que a gente está se achando. Mas eu não pedi isso a ninguém”, relatou.
Segundo Gilberto, a experiência de “quase morte” serviu para mostrar o quanto sua família o ama. “Eu estou gostando do carinho que minha família está me tratando.  Eu aprendi essa palavra “amor” agora. É uma coisa que estava faltando. É amor demais. Não há dinheiro que pague”, diz o lavador, que decidiu morar com a família, pelo menos, "até que tudo se acalme".
Equívoco
A família de Gilberto reconheceu por engano o corpo de um homem no DPT de Alagoinhas, na manhã de domingo (21). A semelhança entre o morto, que só foi i
dentificado após o velório, com o lavador de carros foi o que provocou o erro dos familiares  durante o reconhecimento. Nenhum deles percebeu que o corpo não era de Gilberto.
Gilberto disse que ligou para falar com um conhecido que estava no velório, mas quem atendeu achou que era um trote. Então, ele resolveu ir pessoalmente mostrar que estava vivo.
 “Um colega me ligou [dizendo] que tinha um caixão, que era eu que estava morto. Aí eu disse ‘gente, mas eu estou vivo, me belisca aí”, afirmou Araújo.
 “Eu fiquei muito alegre. Qual é a mãe que tem um filho que dizem que está morto e depois aparece vivo?”, disse Marina Santana, mãe de Gilberto.

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