quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Seqüestro da irmã do atacante Hulk era para pagar dívida de candidato.



O candidato a vereador Rodolfo Sinfrônio e o empresário Hélio Pereira eram amigos e resolveram sequestrar a irmã do atacante da Seleção Brasileira para saldar dívidas
A Polícia Civil de Campina Grande revelou durante entrevista coletiva, na manhã desta quarta-feira (7), que o seqüestro da irmã do jogador Hulk, Angélica Aparecida Vieira de Sousa, 22 anos, foi planejado para pagar uma dívida de campanha do ex-candidato a  vereador Rodolfo Sinfrônio (PSD), que disputou uma das 21 vagas da Câmara Municipal daquela cidade este ano.
O seqüestro ocorreu na segunda-feira (05).  Segundo a Polícia Civil, o empresário Hélio Pereira da Silva, 51, dono do restaurante em que Angélica estagiava como nutricionista, foi o principal mentor do seqüestro. O candidato a vereador e o empresário eram amigos e resolveram sequestrar a irmã do atacante da Seleção Brasileira para saldar dívidas. Hélio Pereira teria dívidas de R$ 110 mil. Não foi revelado quanto o candidato estaria devendo.
No momento em que ela foi abordada, na frente do estabelecimento comercial no bairro do Catolé, zona sul de Campina Grande, a irmã do jogador estava com o empresário, que chegou a se passar por vítima. No cativeiro, ela recebeu alimentação fornecida pelo restaurante do empresário. Desconfiou do cardápio e se deu conta da participação do seu patrão.
Ela contou a Polícia que, no cativeiro, o homem que lhe vigiava confessou que receberia R$ 3 mil pelo trabalho. Angélica teria lhe proposto pagar R$ 6 mil. O homem  teria aceitado a proposta e ainda acertado para pegar a quantia combinada na casa da vítima. Não concluiu a operação, porque foi preso no dia seguinte pelos policiais. 
Todos os detalhes das trapalhadas dos seqüestradores foram relatadas na coletiva de imprensa na Central de Polícia. Além de Hélio Pereira, outras três pessoas teriam participado do seqüestro.
O outro mentor do crime, segundo a polícia, foi identificado como Rodolfo Bruno Barbosa de Sousa, 21 anos. Ele é conhecido como Rodolfo Sinfrônio e foi candidato a vereador e teve apenas 265 votos. De acordo com o delegado geral adjunto da Polícia Civil de Campina Grande, André Rabelo, Rodolfo teria emprestado o carro - uma blazer - que foi usado no rapto. O candidato continua foragido e um mandado de prisão está sendo expedido.
Os outros dois acusados foram identificados como Victor Hugo Henrique da Silva, 20 anos, e José Eliton de Melo Santos, 28 anos. Ambos vão responder por extorsão mediante seqüestro. O delegado Henri Fábio informou que os acusados pediram R$ 300 mil de resgate, que não precisaram ser pagos.
O delegado também informou que, logo após o seqüestro, Hélio Pereira ficou detido como testemunha e foi ouvido pelos policiais. Mesmo percebendo contradições em seu depoimento, os policiais liberaram o dono do restaurante, mas mandou agentes o seguirem. Ainda segundo Henri Fábio, o seqüestro também não deu certo porque Hélio desconfiou que estava sendo monitorado.
"A frieza com que eles premeditaram o crime foi chocante, mas eles eram amadores neste tipo de crime e não imaginariam a proporção que ele iria tomar. Tanto que ficaram com tanto medo que resolveram liberar a vítima", disse Henri. 

O seqüestro
Por volta das 14h da segunda-feira (5), Angélica Aparecida Vieira de Souza estava dentro do carro na frente do restaurante em que estagiava como nutricionista esperando o empresário Hélio Pereira da Silva. De acordo com major Alecsandro Medeiros, subcomandante do 2º BPM, o Comando de Operações da Polícia Militar (Copom) foi comunicado sobre o seqüestro praticado por homens armados que se aproximaram do veículo onde a vítima estava, no bairro do Catolé, e a retiraram do carro sob a mira de armas.
À noite, a polícia confirmou que a família de Hulk havia pedido o afastamento das investigações. Mas só depois de 21 horas, Angélica foi deixada próximo de casa em um Honda Civic de cor prata. A emoção foi grande entre familiares, vizinhos e amigos.

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